domingo, 16 de novembro de 2008

Modelos de diploma para educação infantil





Criei esses modelos de diplomas no word, espero que gostem...

sábado, 1 de novembro de 2008

Criando um monstro

O que pode criar um monstro?
O que leva um rapaz de 22 anos a estragar a própria vida e a vida de outras
duas jovens por... Nada? Será que é índole? Talvez, a mídia? A influência da
televisão? A situação social da violência? Traumas? Raiva contida?
Deficiência social ou mental? Permissividade da sociedade?

O que faz alguém achar que pode comprar armas de fogo, entrar na casa de uma
família, fazer reféns, assustar e desalojar vizinhos, ocupar a polícia por
mais de 100 horas e atirar em duas pessoas inocentes?

O rapaz deu a resposta: 'ela *não *quis falar comigo'. A garota disse *não*,
*não *quero mais falar com você. E o garoto, dizendo que ama, não aceitou um
*não*. Seu desejo era mais importante.

Não quero ser mais um desses psicólogos de araque que infestam os programas
vespertinos de televisão, que explicam tudo de maneira muito simplista e
falam descontextualizadamente sobre a vida dos outros sem serem chamados.

Mas ontem, enquanto não conseguia dormir pensando nesse absurdo todo, pensei
que o *não *da menina Eloá foi o único.

Faltaram muitos outros *não's *nessa história toda. Faltou um pai e uma mãe
dizerem que a filha de 12 anos *NÃO *podia namorar um rapaz de 19.

Faltou uma outra mãe dizer que *NÃO *iria sucumbir ao medo e ir lá tirar o
filho do tal apartamento a puxões de orelha.

Faltou outros pais dizerem que *NÃO *iriam atender ao pedido de um policial
maluco de deixar a filha voltar para o cativeiro de onde, com sorte, já
tinha escapado com vida.

Faltou a polícia dizer *NÃO *ao próprio planejamento errôneo de mandar a
garota de volta pra lá.

Faltou o governo dizer *NÃO *ao sensacionalismo da imprensa em torno do
caso, que permitiu que o tal seqüestrador conversasse e chorasse
compulsivamente em todos os programas de TV que o procuraram.

Simples assim. *N Ã O*.

Pelo jeito, a única que disse *não *nessa história foi punida com uma bala
na cabeça. O mundo está carente de *não's*.

Vejo que cada vez mais os pais e professores morrem de medo de dizer *não *às
crianças. Mulheres ainda têm medo de dizer *não *aos maridos ( e alguns
maridos, temem dizer *não *às esposas ).

Pessoas têm medo de dizer *não *aos amigos.

Noras que não conseguem dizer *não *às sogras, chefes que não dizem *não *aos
subordinados, gente que não consegue dizer *não *aos próprios desejos. E
assim são criados alguns monstros.

Talvez alguns não cheguem a seqüestrar pessoas.

Mas têm pequenos surtos quando escutam um *não*, seja do guarda de trânsito,
do chefe, do professor, da namorada, do gerente do banco.

Essas pessoas acabam crendo que abusar é normal. E é legal. Os pais dizem,
'não posso traumatizar meu filho'. E não é raro eu ver alguns tomando tapas
de bebês com 1 ou 2 anos.

Outros gastam o que não têm em brinquedos todos os dias e festas de
aniversário faraônicas para suas crias. Sem falar nos adolescentes.

Hoje em dia, é difícil ouvir alguém dizer *não*, você *não *pode bater no
seu amiguinho.
**
*Não*, você *não *vai assistir a uma novela feita para adultos.
*Não*, você *não *vai fumar maconha enquanto for contra a lei.
*Não*, você *não *vai passar a madrugada na rua.
*Não*, você *não *vai dirigir sem carteira de habilitação.
*Não*, você *não *vai beber uma cervejinha enquanto *não *fizer 18 anos.
*Não*, essas pessoas *não *são companhias pra você.
*Não*, hoje você *não *vai ganhar brinquedo ou comer salgadinho e chocolate.

*Não*, aqui *não *é lugar para você ficar.
*Não*, você *não *vai faltar na escola sem estar doente.
*Não*, essa conversa *não *é pra você se meter.
*Não*, com isto você *não *vai brincar.
*Não*, hoje você está de castigo e *não *vai brincar no parque.

Crianças e adolescentes que crescem sem ouvir bons, justos e firmes
*NÃOS *crescem
sem saber que o mundo *não *é só deles. E aí, no primeiro *não *que a vida
dá ( e a vida dá muitos ) surtam. Usam drogas. Compram armas. Transam sem
camisinha. Batem em professores. Furam o pneu do carro do chefe. Chutam
mendigos e prostitutas na rua. E daí por diante.

Não estou defendendo a volta da educação rígida e sem diálogo, pelo
contrário. Acredito piamente que crianças e adolescentes tratados com um
amor real, sem culpa, tranqüilo e livre, conseguem perfeitamente entender
uma sanção do pai ou da mãe, um tapa, um castigo, um *não*.

Intuem que o amor dos adultos pelas crianças não é só prazer - é também
responsabilidade. E quem ouve uns *não's *de vez em quando também aprende a
dizê-los quando é preciso.

Acaba aprendendo que é importante dizer *não *a algumas pessoas que tentam
abusar de nós de diversas maneiras, com respeito e firmeza, mesmo que sejam
pessoas que nos amem.

O *não *protege, ensina e prepara. Por mais que seja difícil, eu tento dizer
*não *aos seres humanos que cruzam o meu caminho quando acredito que é hora
- e tento respeitar também os *não's *que recebo.

Nem sempre consigo, mas tento. Acredito que é aí que está a verdadeira prova
de amor. E é também aí que está a solução para a violência cada vez mais
desmedida e absurda dos nossos dias.

Desconheço o autor, se alguém souber por favor me informe.